Flávia Furlan Nunes
 
Os consórcios de imóveis  devem crescer entre 8% e 10% neste ano, segundo estimativas da Abac (Associação  Brasileira das Administradoras de Consórcios). Porém, como a modalidade concorre  com o financiamento, uma mudança no cenário de crédito no Brasil pode prejudicar  o setor.
"Esse percentual de crescimento pode ser mudado se a liberação  de crédito ficar mais fácil.  Mas não parece que vai mudar, sem contar para a baixa renda, para quem o governo lançou um pacote, mas que não  é o público que o consórcio atinge mais fortemente", afirmou o presidente  regional da Abac, Luiz Fernando Savian.
Público-alvo
De acordo  com ele, os clientes de classes mais baixas normalmente não conseguem arcar com  o consórcio e com o pagamento de um aluguel. Dados de pesquisa realizada pela  Abac mostraram que a classe B representa 64% dos clientes de consórcios,  enquanto a classe A representa 21% e a C, 10%. O restante diz respeito às  classes DE.
"Nossa presença é mais forte na classe B, que ganha entre R$  4 mil e R$ 8 mil mensais. Porque, muitas vezes, essa pessoa já mora em uma casa  própria ou já tem um terreno e quer construir, por exemplo".
Dados do  setor
Savian afirmou que o número de clientes ativos nos consórcios de  imóveis aumentou 10,4% entre novembro de 2007 e de 2008. Em vendas de novas  cotas, o avanço foi de 3,1%, enquanto, no caso das contemplações, houve aumento  de quase 19% no período analisado.
Dentre os motivos que ele aponta para  o aumento do uso de consórcios no Brasil, estão a maior divulgação feita pelo  setor, vantagens  como custo mais baixo do que os financiamentos, facilidade na aprovação do  cliente e o dinheiro na mão do consorciado para a compra do bem. Savian também  citou a crise, a qual, segundo ele, "deu um empurrãozinho".