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Quantas vezes você já ouviu um cliente reclamar que o lucro desaparece no fim do mês, mas ele não consegue explicar exatamente para onde o dinheiro vai? Em muitos casos, uma parte significativa dessa diferença está nas taxas de meios de pagamento. O problema é que a maioria dos empresários não sabe calcular esses custos adequadamente.
Como contador, você tem um papel estratégico nessa questão. Não se trata apenas de registrar as despesas, mas de ajudar o cliente a entender onde está perdendo dinheiro e como pode negociar melhores condições. Vou mostrar como fazer isso na prática, com exemplos reais que você pode usar nas suas consultorias.
Quando seu cliente aceita um pagamento com cartão, ele está pagando pelo menos três tipos de custo diferentes. A taxa MDR, que é a mais conhecida, representa o percentual cobrado sobre cada transação. No Brasil, essa taxa varia entre 0,74% para débito e pode chegar a 4% no crédito à vista, dependendo do volume de vendas e do poder de negociação do estabelecimento.
Além da MDR, pode existir o aluguel. Algumas operadoras cobram um valor mensal fixo que pode variar de R$ 50 a R$ 120. Outras não cobram mensalidades, você paga a maquininha uma vez e é sua. Dependendo do volume de vendas, uma estrutura pode ser muito mais vantajosa que a outra.
O terceiro custo, e talvez o mais invisível, é a taxa de antecipação de recebíveis. Muitas operadoras oferecem o chamado "recebimento no dia seguinte" como se fosse um benefício gratuito. Na prática, cobram entre 2% e 5% ao mês sobre o valor antecipado. Quando você anualiza essa taxa, percebe que pode ultrapassar 40% ao ano.
Considere um restaurante que fatura R$ 50.000 mensais, sendo 40% em débito, 50% em crédito à vista e 10% em crédito parcelado. Se ele contratou uma operadora com "taxa zero" no débito mas paga R$ 80 de aluguel mensal, mais 2,5% no crédito à vista e 4,5% no parcelado, além de usar antecipação automática que custa 3% ao mês, o custo total pode chegar a R$ 2.430 mensais.
Isso representa 4,86% sobre o faturamento total. Agora compare com uma operadora que cobra 1,49% no débito, 2,19% no crédito à vista e 3,99% no parcelado, sem aluguel e com recebimento em 1 dia útil (existem muitas operadoras que têm taxas boas com esse prazo de recebimento). O custo cai para R$ 1.045 mensais, ou 2,09% do faturamento. A diferença é de R$ 1.385 por mês, quase R$ 17.000 por ano.
Esse tipo de comparação precisa estar no radar das suas consultorias. Quando o cliente vê os números lado a lado, entende o impacto real das escolhas que fez.
No Demonstrativo de Resultado, as taxas de meios de pagamento devem ser discriminadas de forma clara. É importante separar a MDR sobre vendas, as taxas de aluguel de equipamentos e as taxas de antecipação. Muitos contadores jogam tudo em "Outras Despesas", mas isso tira a visibilidade do cliente.
Quando o empresário vê uma linha específica mostrando R$ 2.500 gastos com meios de pagamento em um mês, ele compreende o peso desse custo. Quando está misturado com outras despesas, ele não faz ideia do impacto real.
No fluxo de caixa, a questão fica ainda mais relevante. A antecipação automática melhora o caixa de curto prazo masprazo, mas reduz a margem de lucro. Uma análise útil é simular dois cenários: recebimento em 30 dias sem antecipação versus recebimento no dia seguinte com desconto. O cliente precisa ver os números para decidir conscientemente qual caminho faz mais sentido para o negócio dele.
Desde 2020, o Pix mudou completamente o mercado de pagamentos. Para pessoa jurídica, o custo por transação Pix varia de zero a R$ 3,00, dependendo do banco ou fintech utilizada. Na prática, a maioria cobra menos de R$ 1,00 por transação.
Compare com o cartão: uma venda de R$ 100 no crédito à vista com taxa de 2,5% custa R$ 2,50 ao empresário. A mesma venda no Pix custa uma fração disso, e o dinheiro cai na conta imediatamente, sem necessidade de antecipação.
Claro que nem todo cliente aceita pagar no Pix, especialmente quando quer parcelar a compra. Mas para vendas à vista, principalmente com ticket médio mais alto, vale muito a pena oferecer desconto para pagamento via Pix. Um desconto de 5% para o cliente que paga no Pix ainda representa economia significativa comparado a pagar 2,5% de MDR mais taxas adicionais.
Muitos contadores ainda veem meios de pagamento apenas como uma linha no DRE. Mas DRE, mas quando você mostra para o cliente que ele está pagando R$ 15.000 por ano a mais do que deveria apenas porque não entende a estrutura de taxas, você deixa de ser apenas o profissional que fecha o balanço e se torna um parceiro estratégico do negócio.
Isso é gestão financeira aplicada. É usar os números para ajudar o cliente a tomar decisões melhores. Nas suas consultorias, vale perguntar qual o faturamento mensal do cliente e como ele está dividido entre débito, crédito à vista e parcelado. Depois, analise quanto ele paga efetivamente em taxas absolutas por mês, não só o percentual. Muitas vezes o cliente se surpreende com o valor real.
Outra questão importante é verificar se existem contratos de fidelidade com multa rescisória. Se o cliente está pagando caro mascaro, mas está preso em um contrato, é diferente de estar pagando caro por inércia. Nesses casos, você pode orientar a renegociação ou pelo menos planejar a troca assim que o contrato permitir.
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| Atualizado em: 27/11/2025 13:30 | ||